“Minha
velha, traga meu jantar:
sopa, uva, noz e pão”.
É, é isso
mesmo. Aquela frase
que ensinavam (ensinam?)
no primário para
facilitar a memorização
dos nomes dos planetas.
Pelo menos comigo o
macete foi eficaz. Até
hoje sei de cor os nomes.
E conversando com amigos,
pude verificar que ela
é bastante conhecida
por aqueles que têm
mais ou menos a minha
idade.
Basta
o comentário
sobre a tal frase que
nos ensinavam no primário,
para que decorássemos
os nomes dos planetas,
e as pessoas já
a emitem sem vacilos.
Freqüentemente
podemos ler por aí
que os cientistas estão
sempre descobrindo que
o universo é
maior, bem, bem, bem
maior mesmo do que nossas
notícias costumavam
dar conta. Quando a
gente começa
a se acostumar com as
recentes medidas, vem
um outro dado para ampliar
tais medidas em vários
anos-luz; quando a gente
começa a assimilar
esse novo espaço,
uma nova galáxia
é descoberta.
E o curioso é
que nem isso nos convence
de nossa pequenez diante
de tudo. Continuamos
agindo como se fôssemos
nós os reis do
universo, comandantes
absolutos de uma nave
que nem conhecemos inteiramente,
munidos de nossa prepotência,
de nossa arrogância.
Fiquei pensativo quando
vi recentemente um documentário
intitulado “Fogo
do Céu”.
O documentário
trata da possibilidade
de a Terra ser atingida
por um corpo que esteja
viajando numa boa pelo
universo. Se o bólido
for do tamanho de um
campo de futebol (pequenininho,
portanto), já
vai causar um estrago
danado. Há um
filme em cartaz que
trata do assunto. Não
o vi ainda.
Por falar
em filmes que tratam
do universo e coisas
afins, dos filmes que
mostram seres alienígenas
que chegam por aqui,
gostei muito de “Homens
de Preto”. Vi
nele uma grande verossimilhança.
Há o senso de
humor, e não
somente por parte dos
terráqueos. Outra
coisa que gostei no
filme foi o fato de
que os alienígenas
são... tipicamente
humanos no comportamento;
eles também têm
suas tretas e mutretas,
assim como nós.
(Pensei agora na possibilidade
de estar sendo lido
por um deles.) Universalidade
é isso. Genial
também como mostraram
a grandeza e a grandiosidade
do espaço, no
finzinho do filme.
Enquanto
eu viver, vou ficar
sabendo que o universo
é maior e maior.
Isso faz cair em desuso
a frase que aprendemos
no primário.
Ela é pequena
para comportar as iniciais
dos nomes dos planetas
que estão por
aí.Precisaríamos
de todas as palavras
do português que
já existiram,
que existem e que existirão.
Como seriam insuficientes,
teriam de ser exaustivamente
repetidas. A frase não
caberia nos livros,
não caberia nos
CDs. E teria de ter
reticências, reticências
do tamanho de um universo...