Era noite
de sexta, dia 21 de
agosto de 1.992. Aguardo
com grande expectativa
a chance de, pela primeira
vez, assistir a um show
do Legião Urbana.
A previsão é
de que o show comece
às 21h. São
19h30 e já me
encontro apreensivo,
aguardando o momento
de correr para dentro
do UTC, em Uberlândia.
A espera
é longa, conto
cada minuto. São
20h. Começa a
se formar a fila para
que possamos entrar.
Após uma ligeira
confusão, tem
início a entrada
do pessoal. O clima
é de euforia.
Ainda na fila algumas
pessoas já cantavam
as canções
da banda. A noite prometia.
Corro
para dentro e ocupo
um lugar bem em frente
ao palco. Pouco a pouco
o ginásio vai
sendo tomado por um
público jovem
e empolgado. Assim que
o som é ligado,
muitos já começam
a ensaiar o coro: “É
Legião, é
Legião”.
Começa a tocar
“Joyride”,
do Roxette. Minutos
se passam, pessoas surgem.
Ao som do Roxette o
ginásio vai sendo
ocupado.
Já
são 21h. O público
é excelente.
Agora é aguardar.
Por volta de 21h15 trocam
o som do Roxette por
Beatles. Até
o início do show
ficaríamos ao
som do quarteto de Liverpool.
O tempo
passa, a expectativa
aumenta, assim como
o público. Grande
parte da jovem platéia
clama pela presença
da banda. Faltando vinte
para as 10 as luzes
se apagam. Delírio.
Só se ouve “é
Legião, é
Legião”.
A voz de Renato Russo
anuncia: “Boa
noite”.
Tem início
o tão aguardado
espetáculo.
A primeira
música é
“Love Song”,
do último LP
da banda. Logo de cara
percebe-se a modificação
no arranjo. A segunda
é “Metal
contra as Nuvens”,
com duração
de 11 minutos e executada
na íntegra. Entre
um discurso e outro,
Renato incendeia a galera,
desfilando os clássicos
da banda.
Com tantos sucessos,
nem seria necessário
muito esforço
para que em pouco tempo
o show se transformasse
numa festa.
Ao cantar
“A Montanha Mágica”,
Renato anuncia que cantará
uma música cujo
tema é praticamente
desconhecido da juventude:
drogas. Ele inclui trechos
de “My Girl”
nos versos de “O
Teatro dos Vampiros”.
Em “Vento no Litoral”,
inclui trechos de “Carinhoso”,
clássico da MPB.
Também interessante
a citação
de “Ticket to
Ride” e “Jealous
Guy”.
Houve
a inclusão no
repertório de
músicas que raramente
eram executadas em show,
como “Metrópole”,
“Por Enquanto”,
“Andrea Doria”
(segundo Renato, uma
das mais pedidas na
última turnê)
e “Música
Urbana 2” (com
um arranjo totalmente
diferente). Houve ainda
a inclusão de
“A Canção
do Senhor da Guerra”,
nunca gravada pelo grupo.
De acordo com o vocalista,
essa será a tônica
da turnê por todo
o Brasil.
Após
duas horas de show,
ao som de “Será”,
os legionários
se despediram. Em nossos
rostos não podia
haver contentamento
maior.